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Cerro Azul,23/11/2024

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Acadêmicas do Curso de Tecnologia em Gestão Pública Realizam Trabalho sobre Bullying em Colégio de Cerro Azul

Fonte: Nelson Lorenski
Acadêmicas do Curso de Tecnologia em Gestão Pública Realizam Trabalho sobre Bullying em Colégio de Cerro Azul Alunos do 6º Ano do Colégio Princesa Isabel de Cerro Azul Falam sobre bullying
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Ontem, dia 25 de outubro, realizou-se uma pequena exposição dos trabalhos realizados durante o projeto extenconista do curso de Tecnologia em Gestão Pública , o tema é sobre Bullying na escola. A atividade foi desenvolvida com os alunos do 6º ano do turno da tarde do Colégio Princesa Isabel de Cerro Azul-PR e orientada por Professora Drika (Adriane Lourenço), sua irmã Josiane, a acadêmica  Alcicleia Jaquetti e Professora Adriana Chaves. Nós conversamos com alguns alunos envolvidos na atividade para saber o que eles aprenderam sobre o assunto. 

Observação: Decidimos  retirar o vídeo com depoimentos de crianças para preservar sua imagem, tendo em vista a dramaticidade dos relatos.


Simultaneamente, Colégio Estadual Princesa Isabel de Cerro Azul promove palestra sobre Bullying para alunos do Ensino Médio. Infelizmente, a falta de luz no período da tarde prejudicou a apresentação, uma vez que palestrante não conseguia falar num tom alto. Assista a um rápido resumo com a palestrante Aline do Sebrae PR.


UMA VÍTIMA DE BULLYING COM TRANSTORNO BIPOLAR

Conversei com um ex-aluno da instituição que não conseguiu terminar o Ensino Médio por problemas de bullying. Os efeitos do bullying foram potencializados porque a vítima sofria também de transtorno bipolar

Eu lhe pedi para relatar o que acontecia no colégio com ele.

“Acontecia muitas coisas  só que eu não lembro da maioria. Eu acredito que  o primeiro a esquecer é o mais feliz. E  se minhas lembranças forem apenas sofrimento melhor que eu nem tenha, né. Então,  pouco a pouco meu cérebro apagou a maioria.

Mas acontecia que eu era excluído principalmente exemplo na hora da saída; era todo mundo muito apertado querendo correr para sair  mas em volta de mim tinha um circulo enorme de uns 2 metros que não tinha ninguém, enquanto os outros tudo se espremendo ninguém queria nem chegar perto de mim.

Era como se eu tivesse uma doença , encostar em mim era o fim do mundo, as pessoas não queriam nem falar comigo, me ignoravam  mandavam eu calar a boca, ameaçavam me bater  e foi sempre assim desde o ensino fundamental.

Eu não podia nem jogar bola com os outros garotos  porque eles ameaçavam me bater em grupo se eu pedisse pro professor pra jogar  e já aconteceu de juntarem 3 pra me bater porque eu pedi pra jogar. Não doía nada fisicamente porque eu estava acostumado a apanhar dos meus pais que são muito mais fortes que crianças né  mas a dor era emocional  a dor de saber que eu não pertencia a lugar nenhum no mundo de notar que eu passaria o resto da minha vida sozinho sem motivo algum, eu pensei que fosse personalidade ...

Mudei. Mudou nada.

Pensei que fosse aparência.

Mudei e continuou a mesma coisa. Eu mudei várias vezes para tentar me encaixar, mas eu estava tranquilo até porque eu ia estudar em Curitiba a partir do 9 ano.

Se mudar a minha pessoa não adiantaria, eu poderia mudar o ambiente em que eu estava e ai talvez mudasse algo mas no fim demorou de mais para eu ir e quando fui eu tive a sensação de que ia acontecer a mesma coisa escola pra mim foi um trauma muito grande e hoje eu quero distancia dela, só quero terminar os estudos fazendo a prova q passa o resto dos anos e depois nunca mais pisar em uma escola de novo. Nunca aprendi nada lá mesmo, só fui pra sofrer.”

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